Ad brevitatis causæ

"Como se se pudesse matar o tempo sem lesar a eternidade" Henry Thoreau (1817 - 1862) Ano XIV

11.7.20

Bibliofilia: "The Only Story" (2018)

[ 154 ] Julian Barnes, The Only Story (2018), Vintage, ed. 2019 (pp. 213). Parece que Barnes insiste em histórias de homens velhos debatendo-se com o sentido da existência, o tempo e a natureza escorregadia da memória, abusando da melancolia e da intimidade da escrita sempre numa história de amor. Dostoiévski e Turguénev faziam-no de forma mais interessante sobre a natureza humana em vez das relações amorosas. A história de amor em si, é a história da relação de um adolescente universitário de dezanove anos, Paul Roberts, e uma mulher madura de quarenta e oito anos, casada e com duas filhas (pouco exploradas na narrativa), Susan Macleod. Sobre o primeiro amor. Sobre a intensidade do amor, como é questionado logo no início, se é preferível amar demais e sofrer demais, ou amar menos e sofrer menos. Paul Roberts é um underdog, mas essa virtude não o torna numa personagem cativante e a referência a Max Verstappen para simbolizar a audácia da juventude parece despropositada e algo deslocada. O livro está dividido em três partes, cuja única virtude é separar o sujeito da narrativa, na primeira mais na primeira pessoa, na segunda mais na primeira e segunda pessoa e, na terceira e última, mais na segunda e terceira pessoa. Se o livro é sobre o tempo, este custa um pouco a passar estando a lê-lo.

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